junho 15, 2010

Olhando de frente a nossa postura

Apesar de não ter comentários nos últimos posts, acho curioso que alguns fieis leitores continuam a cá vir e por eles eu continuarei a escrever, mesmo em alturas de caos e de falta de tempo, como são as últimas semanas deste mês de Junho. Nas férias terei muito tempo e irei certamente dedicar algum tempo a escrever sobre temas que tenho em mente, mas aos quais ainda não me dediquei.
Hoje tinha vontade de mais uma vez escrever sobre a Fisioterapia, sobre cenas deprimentes que até mim chegam através de colegas, mas fartos de notícias negativas já nós estamos e hoje é um dia de esperança porque até joga a nossa selecção.
Um professor disse em aula uma frase que me ficou na memória, "a nossa postura é a nossa daaptação à gravidade". No fundo o nosso corpo posiciona-se para se adaptar à gravidade, regendo-se sempre por uma lei de economia de esforço.
Muitas vezes oiço as pessoas dizerem, com um certo sentimento de culpa, que têm uma postura péssima. O que acontece é que nós, na sua maioria, não controlamos conscientemente a nossa postura. Ela é o reflexo daquilo que somos, enquanto corpo e enquanto pessoas. Reflecte a nossa relação com o meio, quer seja com a gravidade, com os objectos ou com as pessoas.
Uma vez trabalhando com um jovem de 14 anos dei mais um passo no entendimento da postura e da relatividade das coisas. Este adolescente tinha um postura péssima, mas ele era cerca de 20 cm mais alto do que todos os seus amigos. Como quereria eu que ele andasse recto? Para isso teria de estar sentado enquanto falasse com os demais, ou viver confinado ao mundo dos altos, não comunicando visualmente com os amigos. Questões de resolução não tão simples. Na maioria dos casos a abordagem é complexa e necessita de apoio de um técnico especializado, mas há pequenas coisas que podemos começar já hoje a mudar. Sim, já hoje porque a mudança, segundo alguns impossivel, é na minha opinião lenta, mas possivel.
Deixo-vos com algumas questões sobre as quais todos já pensámos, mas que a inércia ainda não nos ajudou a mudar. Um apelo a que demos uma ajuda consciente ao nosso corpo nesta tão nossa adaptação à gravidade.
  • O seu computador está na sua frente ou está esteticamente colocado de lado?
  • Chega com os pés ao chão, quando está bem sentado na cadeira da sua secretária ou necessitará de um pequeno apoio para os pés?
  • A sua almofada é de tal forma alta que em vez de servir de apoio à cabeça é ela que determina a posição da cabeça?
  • Continua a "enrolar" a sua coluna para a frente, em vez de flectir (dobrar) os joelhos quando quer levantar objectos?
  • Carrega objectos pesados afastados do tronco?
  • Quando escreve no computador sente como se tivesse "mergulhado" em cima do teclado e do rato?
  • Nunca mais fez os tais exercícios que o seu fisioterapeuta lhe indicou?
  • Ainda não iniciou a sua prática desportiva?
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Força!