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fevereiro 08, 2010

Perceba melhor os seus músculos (parte II)

Começo por pedir desculpa aos meus queridos leitores por ter passado tanto tempo desde o último post. Tenho andado em mudanças profissionais, mas de forma alguma pretendo deixar de dar continuidade a este blog. Podem continuar a contar com as minhas sugestões e divagações. Eu continuo a contar com os vossos comentários.
Vamos então para a segunda parte do tema músculos. Como escrevia no primeiro post existem as fibras tipo I, tónicas, lentas, resistentes e conhecidas do público sob o nome de Vermelhas e as fibras tipo II, fásicas, rápidas, pouco resistentes e com o nome artístico de Brancas.
Durante muitos anos a Fisioterapia tem-se preocupado com o fortalecimento concêntrico (em encurtamento) dos músculos. Se esta preocupação é benéfica no que concerne os músculos fundamentalmente dinâmicos, o mesmo não acontece com os músculos mais estáticos. Ao trabalhar o encurtamento de músculos que por defeito já têm essa tendência, estamos a contribuir para diminuir a sua eficácia, aumentar o risco de lesão e de patologia articular por aumento do achatamento das articulações. Procurando trocar isto por miúdos para o senso comum. Se uma articulação sofre de uma artrose, existindo por isso uma destruição parcial das supercificies que se articulam e uma dificuldade em produzir movimento, se os músculos estáticos ainda diminuirem o espaço articular, a dor será inevitável. Imagine uma dobradiça sem óleo. Muitas vezes levantamos a porta, para abrir espaço na dobradiça e conseguir abrir/fechar a porta. Nada mais do que um alongamento da musculatura estática que está a causar problemas.
A Reeducação Postural Global (RPG) é um conceito revolucionário, não só pela sua perspectiva global, mas porque reflete sobre a importância da função estática e procura abordá-la na sua especificidade.
Conclusão? Não se tratam colunas com fortalecimento concêntrico da sua musculatura estática, mas com alongamentos, posturas de alogamento, tracção, libertação da camisa de forças em que a nossa função estática se pode tornar.

janeiro 09, 2010

Perceba melhor os seus músculos (parte I)

Todos sabemos que os conhecimentos que hoje dispomos são limitados e redutores. Em ciência os conceitos são verdadeiros até ao dia em que se prova que são falsos. Isso não me choca. É a vida. Vamos fazendo uma aproximação lenta à verdade. Dá  interesse à vida porque torna tudo dinâmico, vivo, palpitante.

O que me incomoda verdadeiramente é que a ciência evolua e no dia-a-dia continuemos a utilizar os conceitos que estão ultrapassados.

Hoje gostaria de falar um pouco sobre os nossos músculos, as suas fibras e a aplicabilidade deste conceito. É um bom exercício para leigos e não leigos na materia.

É de conhecimento geral que os nossos músculos são constituidos por fibras musculares. Existem diferentes tipos de fibras, com diferentes caracteristicas. Vou-me permitir ser grosseira e utilizar apenas a classificação mais simples.
Existem as fibras tipo I, tónicas, lentas, resitentes e conhecidas do público sob o nome de Vermelhas. Depois temos as fibras tipo II, fásicas, rápidas, pouco resitentes e com o nome artístico de Brancas. Os músculos são uma mistura das duas, mas existem predominâncias. Os músculos da estática, músculos destinados a estabilizar para que outros possam produzir movimentos apresentam uma maioria de fibras tipo I. São estes por exemplo os pequenos músculos da nossa coluna, os músculos posteriores da coxa entre outros. São músculos pouco fatigávies pois estão sempre a trabalhar, mesmo quando estamos parados, em pé ou sentados. Os músculos dinâmicos, destinados a produzir grandes movimentos têm uma maioria de fibras tipo II.

E porque vos canso com estas questões teóricas? Porque esta é uma informação que conhecemos há tanto tempo e que temos infantilmente desprezado na nossa práctica clínica e no exercício. Porque estudar um semestre este assunto se ele depois não é tido em consideração na nossa prática?
Não ensinamos uma criança a nadar colocando-a numa bicliceta, do mesmo modo não ensinamos os músculos predominantemente estáticos a estabilizar fortalecendo-os com exercícios dinâmicos. Pelo contrário, estamos a tornar estes músculos que têm uma grande tendência para o encurtamento, ainda menos flexíveis e cada vez mais encurtados. E é assim que aparece a patologia articular.

Deixemos de tratar colunas como se fazia do século passado, com lombares, abdominais à tropa, calor e massagem!

O exercício tem feito um esforço muito interessante neste sentido com a introdução do treino do core.
Depois desta explicação deixo uma imagem dum exercicio que espero nunca ver um leitor deste blog fazer. Não só pela fisiologia muscular mas também pelo respeito das nossas curvaturas, pelo respeito da biomecânica!! Quantos de vós sentiram dor após este exercício?


Qual o interesse de estimular a hiperlordose?
Deixo-vos com algumas imagens de exemplos de exercícios muito interessantes. Se não tem patologia procure um bom profissional do exercício que lhe explique o que é o treino do core. Se já tem dor ou alguma patologia diagnosticada, procure um fisioterapeuta.