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outubro 17, 2012

We are the doctor of our body

Uma das grandes dificuldades com que me deparo na minha prática profissional é "convencer" as pessoas a não realizar mais do que um tratamento por semana. Nas formações que tenho realizado, nomeadamente a RPG e a Osteopatia, existe consenso geral de que o corpo não deve ser trabalhado diariamente, mas que deve ser dado tempo para que este integre as alterações que o tratamento provocou. Um dos lemas da Osteopatia é "find it, fix it and leave it alone". Se o corpo humana não tivesse a capacidade de se auto-curar a espécie humana já não existiria. Pensemos por uns instantes na quantidade de vírus e bactérias com que somos bombardeados diariamente.
Não falo obviamente de uma reeducação motora ou de um trabalho para aumentar a força muscular. Contudo, mesmo num treino de fortalecimento muscular, em população saudável, num ginásio, nenhuma teoria vai de encontro a que se realize um dado exercício de musculação dias seguidos. A própria curva de sobre compensação refere que após um esforço o corpo diminui o seu "estado de forma"numa primeira fase, entra em fadiga, e depois com descanso reforça-se, superando o "estado de forma" inicial, preparando-se para uma nova "agressão" - um novo treino.
Assim sendo temos de acreditar no nosso corpo, na sua capacidade de recuperação e no terapeuta, claro, e na sua capacidade de corrigir o que tem de ser corrigido.
Nelson Mandela dizia "I'm de captain of my should", eu digo, we are the doctor of our body.

abril 12, 2012

Como a Reeducação Postural Global perspectiva os casos clínicos?

Um paciente pode ter o ombro direito mais elevado para não colocar muito peso sobre o tornozelo esquerdo que sofreu uma entorse. Uma cadeia de compensações provavelmente terá começado nos músculos gémeos, que aumentaram o seu tônus para proteger a articulação do tornozelo, o que, por sua vez, poderá ter aumentado o tônus dos músculos isquiotibiais e dos erectores da coluna, culminando com a elevação do ombro. Se este ombro se mantiver permanentemente naquela posição, é possível que o paciente desenvolva uma patologia/dor no ombro. Através da RPG o fisioterapeuta pode estabelecer esta conexão entre o sintoma (a patologia/dor no ombro) e a causa do problema (a retracção da cadeia muscular após a entorse do tornozelo).

O que é a postura?

O termo postura é, por vezes, algo destorcido no senso comum. Confunde-se postura com “boa postura” ou com o posicionamento da coluna vertebral. A postura é mais do que a forma como voluntariamente posicionamos o nosso corpo quando sentados ou em pé. Na postura intervêm factores que o homem conscientemente não controla.
A postura é o modo como o corpo se equilibra e resulta do funcionamento do sistema nervoso e sistema músculo-esquelético. O sistema nervoso processa informação proveniente de três fontes que vão determinar a nossa postura. Essas fontes são os olhos, o aparelho vestibular (localizado no ouvido interno) e os músculos e articulações. Possuímos receptores a nível dos músculos, ligamentos e tendões que informam o nosso cérebro sobre o grau de tensão a que estão sujeitos.
Esta globalidade determinam que uma lesão numa articulação possa ter repercussões em todo o corpo.

março 22, 2012

De sedentários a maratonistas

Começou a Primavera e a vontade de correr desperta até em quem raramente calça umas sapatilhas/ténis.
O sol, a proximidade com o Verão, o maior número de horas de dia e a vida a brotar por todo o lado convidam às actividades ao ar livre.
Desde há uns anos para cá, tenho constatado que a corrida começa a ser cada vcz mais um exercício apetecido na "2ª idade desportiva". Até aos 20 anos há quem verta algumas gotas de suor nas aulas de Educação Física, há aqueles que passam por 30 mil desportos e os que escolhem um e praticam-no com afinco. Depois disso inicia-se a vida profisional e o desporto passa normalmente pelo futebol com os amigos, os ginásios ou a corrida.
Hoje dirijo-me aos corredores, que com o tempo acabam por se "viciar", no bom sentido, e correm o país ou o mundo, competindo contra si nas mais variadas provas.
Gostaria de os encorajar mas também aconselhar a que o façam com moderação e responsabilidade. Toca a fazer um check-up anual e a procurar alguma informação sobre treino. Não se pode começar a correr e passado um mês já estar a fazer maratonas. Existem grupos de corredores, normalmente com um treinador onde se pode "beber" muita informação sobre treino. E depois existe sempre a internet, para o bem e para o mal, e os fóruns onde se podem colocar questões a especialistas.
Sobre a parte que me toma mais directamente, não se esqueçam dos alongamentos e de fazer um trabalho complementar de reforço muscular/estabilização para prevenir lesões! Um corpo que nunca fez exercício não está preparado para tantos quilómetros sem que a curto prazo se comece a ressentir. As lesões típicas dos corredores são lesões de sobrecarga, uma vez que é um desporto sem contacto e por isso , normalmente, com poucas lesões traumáticas.
São pequenos cuidados que poderão tornar esta prática mais responsável e ainda mais motivante.
Boa corrida!

março 15, 2012

Mamãs ou atletas de halterofilismo?

Este é um post em que já ando a matutar há algum tempo.

Mamãs ou atletas de halterofilismo? É que este processo de ser mamã acarreta mais esforço físico do que se possa pensar à primeira vista! Ora sigam lá o meu raciocínio. Primeiro a mulher carrega nove meses com o bebé e os anexos (placenta, líquido amniótico, o seu próprio peso a mais, entre outros). Depois chega o bebé e é ver as mamãs com os ovinhos, estafadas porque de ergonómico aquele objecto tem pouco. Se vazios até parecem muito leves, quando com o respectivo ocupante, a situação muda de figura. Existe ainda o problema das barreiras arquitectónicas. Nos anos 70 e 80, no auge da construção em Portugal, colocavam-se elevadores nos prédios mas só depois de um lindo lance de escadas, o que torna impossível a passagem a carrinhos de bebé e cadeiras de rodas.
Em casa as mamãs têm ainda de carregar com as banheiras cheias de água e com o próprio bebé. Tornam-se peritas em fazer as coisas mais incríveis só com uma mão.
Para além dos pesos pesados o seu corpo tem de recuperar a sua forma original e conviver com uma carga adicional na dorsal devido à posição de amamentação e de colinho.  Tudo isto associado a um cansaço residual, que advém das noites mal dormidas e da diminuição substancial de tempo para cuidar de si.
Se quer engravidar aconselho que antes invista na sua forma física.
Se é uma destas mamãs halterofilistas e se revê nesta narrativa, cuide de si e faça uns tratamentos para recuperar da sobrecarga.
Pequenos gestos como estes tornaram a sua gravidez e a relação com o seu bebé ainda mais maravilhosa.

março 10, 2012

Construa a sua felicidade em tempo de crise

Este é um blog pensado para a saúde, mas afinal o que é a saúde? Na minha opinião a saúde está e estará sempre ligado à felicidade. É, segundo as definições, um estado de completo bem estar físico e psicológico. Isso reserva-me o direito de escrever sobre tudo o que está directamente implicado na felicidade.
Segundo os médicos e a comunicação social, este ano têm morrido muitas mais pessoas que nos anos anteriores, o que me faz pensar. Deixando de lado os problemas respiratórios indirectamente associados à falta de chuva, não se poderá aqui falar duma somatização da crise? Não estaremos a desistir de ser felizes porque estamos em crise, não estaremos a deixar de lado também os pequenos prazeres da vida, muitos deles grátis, porque a crise nos turva a visão?
Procuremos encontrar a felicidade mesmo quando estamos sem trabalho, quando a amanhã parece difícil, quando à nossa volta vemos as empresas a fechar. Porque se não o fizermos estamos a pôr em causa a nossa saúde e ai o cenário será muito mais negro.
Um bom dia para todos :-)

janeiro 11, 2012

Saúde - palavra 2012

2011 foi o ano da Austeridade, porque não escolher como sua palavra para o ano 2012 SAÚDE?
Este é um ano que olhamos de lado, com receio, com poucas expetativas, quase com o sentimento de que o melhor é passar depressa. 
Que pena, a vida é tão preciosa e este ano trará com a crise e as dificuldades tantas coisas boas, tantos casamentos e nascimentos, tantos convívios com as pessoas que amamos, tantas surpresas, tantos sorrisos e pormenores deliciosos como esta luz de final de dia que dava vida às árvores agora sem folhas do Parque Eduardo Sétimo. 



Mas na Primavera elas voltarão a estar verdes porque a vida é feita de ciclos e é nos momentos de contensão que se descobrem as coisas importantes.
Cuidar da sua saúde pode ter um custo zero quando pratica actividade ao ar livre, quando cuida da sua alimentação, quando reserva um pequeno período do seu dia para si, diminuindo o stress do seu dia a dia, ou ter um custo monetário, sendo um investimento altamente rentável a longo prazo. O que vos quero dizer hoje? Muitas vezes temos uma dificuldade grande em cuidar de nós. Falta tempo e dinheiro.
Este é um ano para reflectir sobre prioridades. Porque não colocar no topo a sua saúde? É em tempo de crise que se fazem grandes fortunas. A sua saúde é a maior fortuna.

Desejo um 2012 cheio de saúde!

Eu sei, há muito tempo que não escrevo aqui. Valores mais altos se têm levantado e a escrita e a informação sobre temas de saúde têm sido deixados de lado. Quero iniciar o ano partilhando esta imagem de um barco das terras da Ericeira, que por sinal é um excelente conselho em prol da saúde!



maio 04, 2011

O poder da água - Alteração do estilo de vida para "+ saúde"


Os próximos posts serão dedicados a pequenos gestos, pequenas rotinas que poderá integrar na sua vida para promover a sua saúde e melhorar a sua qualidade de vida. No fundo são o PPR do qual já se falou anteriormente.

Costuma fazer a si mesmo esta questão com frequência? "Quando foi a última vez que bebi água?" Então este texto é para si e está já num nível de alerta máximo. Em pessoas relativamente jovens os efeitos do défice de ingestão de água não são tão visíveis a curto prazo, mas num idoso, por exemplo, podem ser fatais em poucos dias. Muitos são os "avós" que no Verão entram em desidratação e descompensam o metabolismo já preso por arames, acabando por falecer. Ser internado por falta de água pode parecer um absurdo num país como Portugal, mas é uma realidade preocupante. Uma simples dor de cabeça, um estado de irritação latente poderão ter como causa pequenos estádios iniciais de desidratação.

 O nosso corpo apresenta valores aproximados de  74% de água, sendo sensível a pequenas variações. As perdas ocorrem quando expiramos, libertando vapor de água, quando transpiramos, quando urinamos entre outros. Se os valores não forem repostos a situação torna-se dramática. A informação disponível sobre este assunto é extensa e está disponível a todos, o que falta é o sininho.
Avalie a cor da sua urina e perceberá facilmente como vai a sua ingestão de água. Não pense que os refrigerantes e o álcool substituem a água. Os refrigerantes são autênticas bombas calóricas a evitar.
Para quem a saúde a longa prazo não é motivação suficiente, motive-se por exemplo com a ideia de que a água o ajudará a perder peso, ajudando a libertar as toxinas que se acumulam no seu organismo.
Neste post, o "gesto saúde" que propomos é que inicie o seu dia com um grande copo de água e que saia de casa sempre acompanhado por uma garrafa de água.
Não deixe para amanhã o que pode mudar a sua vida hoje!

abril 12, 2011

Faça-se à estrada. Comece a praticar exercício físico hoje!

Após alguns meses com pouca actividade o site AllFisio regressa em grande força.
A Primavera chegou em força e o tempo convida ao desporto Outdoor!
O exercício físico é um dos PPR mais rentáveis. Em tempo de incertezas a nível profissional e político, em que nunca sabemos o que o amanhã nos reserva, está na hora de deixar de lado as desculpas do costume e investir na sua saúde. Se uns o fazem pelo corpo, outros farão pela saúde, o importante é tirar o pó aos ténis/sapatilhas e fazer-se à "estrada". Previna a obesidade, a diabetes, os problemas cardiovasculares, coloque para trás o stress e aproveite tudo o que o exercício tem para lhe oferecer.

outubro 20, 2010

ATM

Hoje apresento ao público em geral uma articulação que tem vivido nas obscuridade e está envolvida em mais problemas do que pensamos, a ATM. A ATM, articulação temporo-mandibular é a articulação da mandíbula. Entra em actividade sempre que falamos, comemos ou bocejamos e tal como a articulação do joelho, também possui um menisco. Muitas vezes a sintomatologia surge como uma dor no ouvido e como nunca pensámos na ATM como um potencial motivo de dor consultamos especialidade médicas erradas. Outras dores irradiadas poderão estar na base de uma disfunsão da articulação, dores cervicais, dores nos olhos, dores de cabeça, dores no ombro. Como sempre escrevo, o nosso corpo funciona na globalidade e as estruturas relacionam-se para o bem e para o mal. Um músculo em tensão que tem origem no crânio e inserção no ombro poderá estar na base da relação entre dores de cabeça e de ombro.
Porque pode aparecer dor nesta articulação? Por exemplo por um problema de má oclusão, isto é, uma mordida desequilibrada por falta de um dente, por uma prótese que não está bem ajustada ou por características próprias de cada individuo que deverão ser cuidadosamente estudadas pelo médico dentista.
Quando come está sempre a ouvir ressaltos (estalos)? Poderá ter um problema da ATM, no seu menisco ou mesmo no funcionamento dos músculos que movem esta articulação.
Se sente algum dos sintomas que descrevi e anda há algum tempo a tentar perceber qual é o seu problema, seria interessante começar com uma consulta num dentista, fisioterapeuta ou osteopata que trabalhe nesta área. 
Podem sempre apresentar as vossas queixas em comentário que lhes darei a minha opinião.

setembro 09, 2010

Pequenos gestos de saúde por todo o amor que temos à vida

Para começar gostaria de desejar um bom regresso ao trabalho ou à escola a todos. Foi um Verão excelente! As águas estiveram magníficas.

Depois desculpo-me por não ter escrito um pequeno post ontem, em homenagem à profissão que tanto adoro, a minha. Dia 8 de Setembro é o dia mundial da Fisioterapia. Parabéns a todos os fisioterapeutas que, com o seu amor à camisola, trabalham para dignificar esta profissão.

E agora sim, vamos ao tema que me trouxe hoje de volta à escrita. Este blog é um acto de liberdade e não algo que me imponho fazer, por isso só escrevo quando tenho realmente algo a dizer. Às vezes demora até que apareça uma ideia com valor suficiente para ser partilhada.
Este é um tema sobre o qual já falei "n" vezes e que continua a perturbar-me. O que leva o ser humano a permanecer tão longe dos cuidados de saúde e só recorrer a um médico quando algo não está bem? O que nos faz desprezar a prevenção, os exames de rotina? Preguiça? Medo?
Se nos levantamos todos os dias e vamos trabalhar porque gostamos da nossa profissão e precisamos do dinheiro para continuar a viver, se lavamos os dentes para não ter caries, se lavamos as mãos antes de comer, se temos tanto medo da morte, da dor, de não podermos celebrar o amanhã com todos os que amamos, porque?
Por desconhecimento não acredito. Somos diariamente bombardeados com informação.
Quando foi a última vez que fez um check-up? Quando foi a última vez que foi ao ginecologista?
A ciência e a medicina são mesmo um milagre quando detectamos os problemas cedo, porque continuamos a enterrar a cabeça na areia?
Emocionamo-nos com os filmes, pois emocionemo-nos com a nossa vida. Quero ver cada pessoa que ler este blog fazer um "pequeno gesto de saúde". Marque uma consulta para si, fale com alguém próximo sobre este assunto, questione-se porque não? É tão simples prolongar a nossa vida.
Depois partilhem comigo.
Sim, é a puxar ao coração, pouco cientifico mesmo, mas o que será necessário para nos libertar da inércia?


julho 15, 2010

Curiosidades do Sistema Digestivo

A vida não vem com um manual de instruções. Cada um vai escrevendo o seu manual, vivendo, errando, caindo e levantando-se. Não há muita volta a dar e o sofrimento é inerente à aprendizagem. Da mesma forma o meu blog não procura dar receitas mas pontos de reflexão para percebermos melhor o nosso corpo. Pontos de partida para um caminho que podemos ou não escolher fazer.
Em alguma altura da vida um profissional de saúde acaba por se sentir um pouco "papagaio" ou um pregador no deserto. Damos tanta informação sobre conselhos a seguir, alterações nos hábitos, nas rotinas, nos gestos. Alguns doentes são mais disciplinados e lá vão tentando, outros... De qualquer forma a mudança é um desafio para toda a vida, e um processo muito lento, mesmo para quem empenhadamente mergulha nele. Eu, na primeira pessoa, compreendo a dificuldade.
Hoje convido-vos a pensar sobre o vosso sistema digestivo e sobre as atrocidades que lhe fazemos. Não seremos nós aquilo que comemos? Cada vez me deparo mais com pessoas com distúrbios alimentares, o que me deixa sempre um pouco receosa na hora de falar neste tema, mas é importante, por isso tem de ser falado. Mais do que sob o ponto de vista estético temos de pensar na nossa dieta alimentar enquanto caminho para a saúde. A comida permanece no estômago 3 a 6 h. Assim, é fundamental que não deixemos passar esse intervalo sem ingerir alguma comida. Para os cuidadores dos nossos queridos velhinhos, é fundamental explicar a estas pessoas que a fome nem sempre tem uma relação directa com a necessidade de alimento e que por vezes não sentimos fome, nem sede e o nosso corpo necessita desesperadamente de comida e água. É importante fazer chegar esta informação aos nossos avós. Todas os dias passam por mim anciãs lindas que dizem ter perdido o apetite. Temos, de uma forma carinhosa, que passar a ideia de que é normal que exista uma diminuição no apetite, mas têm mesmo de continuar a comer. 
Atenção à ingestão de líquidos. Nesta altura do Verão muitas pessoas de idade são internadas por desidratação.
Agora está na moda o uso de glucosamina nas artroses, para estimular a produção de uma substância que faz parte das cartilagens. A reflexão que me propuseram um dia foi, será que uma refeição de 5 em 5 horas não promove o aporte de glucosamina, em quantidades mais significativas do que numa toma diária? Uma das medidas de prevenção das artroses e de promoção da saúde do osso é uma dieta equilibrada. Como todos já sabem, pouca comida muitas vezes ao dia.
Quem pretende tornar-se vegetariano não se esqueça que a vitamina B12 apenas entra no nosso organismo através da carne e do peixe. É o único suplemento obrigatório para todos os vegetarianos. Sobre os demais terão de controlar com análises de rotina constantes.
E para terminar este tópico de curiosidades falo sobre um tema que se fosse no século passado poucos dariam créditos, hoje em dia mais pessoas começam a aceitar. Para os chineses e outros autores que terapeuticamente abordam a parte visceral, o estômago tem um arquétipo masculino, representa a nossa necessidade de reconhecimento social, a nossa responsabilidade social. É muito frequente aparecerem disfunções quando esta é posta em causa e muito frequentemente no homem. Quantos e quantos canalizam o stress para o estômago em momentos que sentem o seu papel social a ser afectado. Por sua vez o intestino representa um arquétipo feminino e traduz o controle, a necessidade de controle da nossa vida. É tão frequente ver senhoras com síndrome de cólon irritável, em fases da vida que perderam o controle dos acontecimentos. Deixo para reflexão. Deixo para que relacionem com o que vêem, com o que sentem. Para mim faz sentido, vejo-o diariamente nos meus pacientes, nos que me vão estando próximos. 
O que pensam os meus amigos sobre o assunto? Sim, sim, também quero ouvir aquelas vozes cépticas, na maioria das vezes masculinas... :-)

julho 08, 2010

Perguntas e Respostas

Por vezes iniciamos pelo mais complexo sem desmontar o simples.
Hoje vou tentar colocar-me no lugar da população em geral e responder a questões simples, que fazem toda a diferença. Mais do que denunciar um sistema que se mantém vivo porque se auto alimenta, porque a todos interessa, tentarei encaminhar quem procura um serviço de qualidade. Sim, vou chocar e dizer o que tem de ser dito. Quem quiser que prove o contrário.

Onde devo fazer fisioterapia?
Esqueça as clínicas que têm acordo com a "Caixa". Deixam muito a desejar, fazem tudo menos fisioterapia. Quem é o culpado? O Estado porque paga mal e por isso não se dá ao trabalho de perceber o que é a fisioterapia; as clínicas porque ainda fazem acordos com o Estado. Interessam a quem não procura cuidar-se mas viver de subsídios e a quem quer a reforma antecipada.
Quem tem ADSE ou outro subsistema de saúde procure um serviço a sério. No final será comparticipado com parte do valor. Só terá de entregar a burocracia toda que eles pedem. Informe-se. Para mais pormenores procure na internet, pergunte na clínica ou escreva-me um e-mail. Poupará dinheiro, tempo e ganhará saúde!

Existem fisioterapeutas especialistas?
Formalmente não, mas os fisioterapeutas acabam por direccionar as suas formações nesse sentido. Quem quer trabalhar em todas as áreas não faz de certeza um bom trabalho. Alguém que trabalha há 10 anos na área da neurologia não sabe fazer um trabalho especializado em ortopedia e vice-versa. Procure fisioterapeutas especialistas.

Como sei se estou a ser bem tratado?
Facilmente perceberá através dos resultados e de toda a envolvência, contudo fica uma dica, se o seu tratamento, no total, demora menos de 30 minutos desconfie. Se faz sempre as mesmas coisas e nem é visto pelo profissional, informe-se, questione, seja exigente no que concerne a sua saúde.

Preciso de fazer tratamentos, onde devo recorrer?
Quando vamos a um médico, escolhemos uma escola para os filhos ou compramos um bolo de aniversário, falamos com os amigos e procuramos referências positivas. Porque não o fazemos com a fisioterapia? Porque colocamos a nossa saúde nas mãos de alguém antes de falar com alguém que conheça o espaço. Informe-se junto de outros profissionais. Se se encontra em Lisboa, Santarém ou Algarve pode sempre pedir-me uma opinião.
Se procura um profissional para realizar tratamentos de RPG pode recorrer aos sites: http://www.itg.com.pt/ ou http://reeducacaoposturalglobal.blogs.sapo.pt/
O futuro desta área depende da exigência dos seus utentes. Como na televisão, quem determina o rumo dos acontecimentos são as audiências. Dê uma oportunidade ao seu corpo e a quem quer fazer um bom trabalho.

Boas escolhas.



junho 15, 2010

Olhando de frente a nossa postura

Apesar de não ter comentários nos últimos posts, acho curioso que alguns fieis leitores continuam a cá vir e por eles eu continuarei a escrever, mesmo em alturas de caos e de falta de tempo, como são as últimas semanas deste mês de Junho. Nas férias terei muito tempo e irei certamente dedicar algum tempo a escrever sobre temas que tenho em mente, mas aos quais ainda não me dediquei.
Hoje tinha vontade de mais uma vez escrever sobre a Fisioterapia, sobre cenas deprimentes que até mim chegam através de colegas, mas fartos de notícias negativas já nós estamos e hoje é um dia de esperança porque até joga a nossa selecção.
Um professor disse em aula uma frase que me ficou na memória, "a nossa postura é a nossa daaptação à gravidade". No fundo o nosso corpo posiciona-se para se adaptar à gravidade, regendo-se sempre por uma lei de economia de esforço.
Muitas vezes oiço as pessoas dizerem, com um certo sentimento de culpa, que têm uma postura péssima. O que acontece é que nós, na sua maioria, não controlamos conscientemente a nossa postura. Ela é o reflexo daquilo que somos, enquanto corpo e enquanto pessoas. Reflecte a nossa relação com o meio, quer seja com a gravidade, com os objectos ou com as pessoas.
Uma vez trabalhando com um jovem de 14 anos dei mais um passo no entendimento da postura e da relatividade das coisas. Este adolescente tinha um postura péssima, mas ele era cerca de 20 cm mais alto do que todos os seus amigos. Como quereria eu que ele andasse recto? Para isso teria de estar sentado enquanto falasse com os demais, ou viver confinado ao mundo dos altos, não comunicando visualmente com os amigos. Questões de resolução não tão simples. Na maioria dos casos a abordagem é complexa e necessita de apoio de um técnico especializado, mas há pequenas coisas que podemos começar já hoje a mudar. Sim, já hoje porque a mudança, segundo alguns impossivel, é na minha opinião lenta, mas possivel.
Deixo-vos com algumas questões sobre as quais todos já pensámos, mas que a inércia ainda não nos ajudou a mudar. Um apelo a que demos uma ajuda consciente ao nosso corpo nesta tão nossa adaptação à gravidade.
  • O seu computador está na sua frente ou está esteticamente colocado de lado?
  • Chega com os pés ao chão, quando está bem sentado na cadeira da sua secretária ou necessitará de um pequeno apoio para os pés?
  • A sua almofada é de tal forma alta que em vez de servir de apoio à cabeça é ela que determina a posição da cabeça?
  • Continua a "enrolar" a sua coluna para a frente, em vez de flectir (dobrar) os joelhos quando quer levantar objectos?
  • Carrega objectos pesados afastados do tronco?
  • Quando escreve no computador sente como se tivesse "mergulhado" em cima do teclado e do rato?
  • Nunca mais fez os tais exercícios que o seu fisioterapeuta lhe indicou?
  • Ainda não iniciou a sua prática desportiva?
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Força!

abril 27, 2010

Questões, Dúvidas e Reflexões

Caros leitores,
Há algum tempo que decidi escrever este post. Há algum tempo que desejo que este blog seja mais nosso do que meu.
Ando a bater às portas, será que as tenho conseguido abrir?
Até que ponto são importantes as questões abordadas? Até que ponto respondem às vossas dúvidas e às minhas?
Assim, enquanto outras questões mais pertinentes não baterem à minha porta, gostaria de escrever posts sobre temas sugeridos por aqueles que me mantém a escrever: os números anónimos de pessoas que continuam a abrir esta porta, o blog AllFisio.
Conto com as vossas Questões, Dúvidas e Reflexões.

março 31, 2010

Intervir: porquê e para quê?

Podendo já o ter abordado em algum momento e correndo o risco de me repetir, hoje dedico este pequeno post a um tema de grande importância e que mais do que informar tem como objectivo motivar uma reflexão séria.
Gosto muito, e considero importante realizar tratamentos pre-operatórios, isto é, sessões com um objectivo de melhoria da condição de uma articulação para depois ser submetida a uma intervenção cirúrgica. É importante e facilita o pós-operatório. No caso de uma ligamentoplastia, o facto de um joelho ir mais forte, mais estável, com melhor mobilidade facilita a reabilitação após a intervenção. É igualmente um momento de preparação psicológica e de ganho de confiança. Permite ao doente perceber o que se vai passar a seguir e  dominar os exercícios que numa primeira fase terá de realizar. Contudo, deixa-me um pouco frustrada quando inicio determinados tratamentos convencionais, com o objectivo de evitar uma cirurgia e o doente já vem mentalizado para a intervenção. Quer ser operado e não investe num processo que o poderia retirar do bloco operatório. 
Primeira grande questão, se o objectivo é impedir a cirurgia é necessário que se esteja de corpo e alma, porque isso influência grandemente o sucesso dos tratamentos. Segundo, numa era em que a alteração do estilo de vida é uma proposta inevitável assim como o acolhimento proactivo das recomendação e exercícios a realizar em casa, não estar a 100% significa que não se está disposto a entrar na corrida contra o problema. 
Perguntam vocês nesta fase o que tem tudo isto a ver com o título do post. Na minha humilde opinião, muitas das cirurgias realizadas em ortopedia poderiam ser evitadas com um bom tratamento e o investimento pessoal do doente de que falo atrás. Uma cirurgia não é, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a certeza que tudo vai ficar bem. Uma intervenção cirúrgica não é um procedimento inócuo. Tem muitas implicações na saúde em geral porque vamos intervir num corpo que tem uma capacidade incrível de auto-regeneração. Quando entramos modificamos o meio e alteramos as leis do jogo. Assim sendo, a cirurgia deve ser em muitos casos, a última opção. 
É necessário pesar bem os prós e os contras e descartar as soluções mais inócuas. No caso da coluna, porque operar uma escoliose de um adolescente se este não tem dores nem esta comprometido o funcionamento de orgão algum? Fixar vértebras e vértebras para quê? A seguir a fisioterapia pouco poderá fazer para aliviar as dores que vão aparecer por anularmos algumas articulações intervertebrais deixando outras a trabalhar demais para compensar. Porque operar todas as hérnias discais? Algumas delas estiveram presentes tanto tempo sem sabermos. Um dia tivemos uma crise, fizemos um exame e pronto, temos de acabar com ela. Se após os tratamentos, ficarmos sem dor, com a sensibilidade e acção motora normal  porque operar? Quantas vezes alguns anos após a remoção de uma hérnia esta volta a aparecer noutro sítio?

Permitam-me uma crítica social, uma crítica a uma sociedade na qual me incluo e pelo qual também tenho o direito de criticar. Queremos tudo rápido, tudo simples, tudo fácil. A reabilitação exige o nosso tempo, o nosso dinheiro, o nosso esforço. Como eu costumo dizer aos que por mim vão passando, é uma maratona, não uma corrida de velocidade. Será que vale a pena?

Quantas catástrofes o Homem já provocou por tentar alterar a natureza? O nosso corpo faz parte da natureza. É necessário resistir à tentação de provocar alterações que não saberemos controlar.

março 17, 2010

As linhas da globalidade - RPG


Na semana passada estive numa formação avançada de RPG articular com o próprio mestre Philippe Shouchard o que me motivou a escrever. 
Uma fotografia vale mais do que mil palavras, sem dúvida. Esta imagem é de um pescador de Tavira que numa tranquila tarde de domingo tenta "desembaraçar" as suas cordas. A natureza, o Homem nas suas actividades traz-nos imagens excelentes para explicar a realidade. A intuição do senso comum em todas as suas limitações é um grande ponto de partido para a ciência.
Uma lesão ocorre no nosso organismo. O nosso corpo, munido de autonomia tenta a toda o custo fazer adaptações para impedir que todas as lesões cheguem ao consciente. Se cada um de nós tivesse percepção de todas as agressões diárias a vida seria impossível. Seria demasiada informação a processar e a gerir. Morreriamos de stress. O corpo protege as suas hegemonias (funções vitais) e só quando já não consegue mais esconder carrega no botão da dor e informa o sistema central de que o problema fugiu do seu controle. Exactamente como no funcionamento de uma empresa. Os funcionários vão resolvendo os pequenos problemas diários, reportando apenas à Direcção os problemas "major".
O que acontece é que nessa altura a lesão já se transformou numa emaranhada corda de pesca. Não basta tirar um nó, é necessário pesquisar, perceber o trajecto da corda na sua globalidade. Esse é o trabalho a que a RPG se propõe.
No Verão seguinte a ter terminado o curso estive a trabalhar numa clínica de Vila Real de Santo António e guardo com carinho algumas expressões: "parece que tenho aqui uma linha que vai por aqui e por aqui e por aqui"; "melhorei deste ombro mas agora a dor saltou para o outro".
Há muito tempo que o senso comum o sabe, quanto tempo demorará o sistema a reconhecê-lo?
Quando deixaremos de funcionar numa base reducionista de entrar numa clínica para tratar um pulso sem perceber que o aparececimento de uma dor no ombro desse lado tem relação e tem de ser tratado, investigado? Os valores que os seguros, as ARS, a ADSE pagam por tratamento de fisioterapia, a inexistência de entidades que regulem a qualidade dos serviços prestados pelas clínicas e todos os profissionais da reabilitação, o deficitário trabalho em equipa, o desconhecimento das chaves que cada um dispõe para resolver o problema do doente, entre outros, são graves ameaças a que se produza um trabalho de qualidade.

fevereiro 08, 2010

Perceba melhor os seus músculos (parte II)

Começo por pedir desculpa aos meus queridos leitores por ter passado tanto tempo desde o último post. Tenho andado em mudanças profissionais, mas de forma alguma pretendo deixar de dar continuidade a este blog. Podem continuar a contar com as minhas sugestões e divagações. Eu continuo a contar com os vossos comentários.
Vamos então para a segunda parte do tema músculos. Como escrevia no primeiro post existem as fibras tipo I, tónicas, lentas, resistentes e conhecidas do público sob o nome de Vermelhas e as fibras tipo II, fásicas, rápidas, pouco resistentes e com o nome artístico de Brancas.
Durante muitos anos a Fisioterapia tem-se preocupado com o fortalecimento concêntrico (em encurtamento) dos músculos. Se esta preocupação é benéfica no que concerne os músculos fundamentalmente dinâmicos, o mesmo não acontece com os músculos mais estáticos. Ao trabalhar o encurtamento de músculos que por defeito já têm essa tendência, estamos a contribuir para diminuir a sua eficácia, aumentar o risco de lesão e de patologia articular por aumento do achatamento das articulações. Procurando trocar isto por miúdos para o senso comum. Se uma articulação sofre de uma artrose, existindo por isso uma destruição parcial das supercificies que se articulam e uma dificuldade em produzir movimento, se os músculos estáticos ainda diminuirem o espaço articular, a dor será inevitável. Imagine uma dobradiça sem óleo. Muitas vezes levantamos a porta, para abrir espaço na dobradiça e conseguir abrir/fechar a porta. Nada mais do que um alongamento da musculatura estática que está a causar problemas.
A Reeducação Postural Global (RPG) é um conceito revolucionário, não só pela sua perspectiva global, mas porque reflete sobre a importância da função estática e procura abordá-la na sua especificidade.
Conclusão? Não se tratam colunas com fortalecimento concêntrico da sua musculatura estática, mas com alongamentos, posturas de alogamento, tracção, libertação da camisa de forças em que a nossa função estática se pode tornar.

janeiro 09, 2010

Perceba melhor os seus músculos (parte I)

Todos sabemos que os conhecimentos que hoje dispomos são limitados e redutores. Em ciência os conceitos são verdadeiros até ao dia em que se prova que são falsos. Isso não me choca. É a vida. Vamos fazendo uma aproximação lenta à verdade. Dá  interesse à vida porque torna tudo dinâmico, vivo, palpitante.

O que me incomoda verdadeiramente é que a ciência evolua e no dia-a-dia continuemos a utilizar os conceitos que estão ultrapassados.

Hoje gostaria de falar um pouco sobre os nossos músculos, as suas fibras e a aplicabilidade deste conceito. É um bom exercício para leigos e não leigos na materia.

É de conhecimento geral que os nossos músculos são constituidos por fibras musculares. Existem diferentes tipos de fibras, com diferentes caracteristicas. Vou-me permitir ser grosseira e utilizar apenas a classificação mais simples.
Existem as fibras tipo I, tónicas, lentas, resitentes e conhecidas do público sob o nome de Vermelhas. Depois temos as fibras tipo II, fásicas, rápidas, pouco resitentes e com o nome artístico de Brancas. Os músculos são uma mistura das duas, mas existem predominâncias. Os músculos da estática, músculos destinados a estabilizar para que outros possam produzir movimentos apresentam uma maioria de fibras tipo I. São estes por exemplo os pequenos músculos da nossa coluna, os músculos posteriores da coxa entre outros. São músculos pouco fatigávies pois estão sempre a trabalhar, mesmo quando estamos parados, em pé ou sentados. Os músculos dinâmicos, destinados a produzir grandes movimentos têm uma maioria de fibras tipo II.

E porque vos canso com estas questões teóricas? Porque esta é uma informação que conhecemos há tanto tempo e que temos infantilmente desprezado na nossa práctica clínica e no exercício. Porque estudar um semestre este assunto se ele depois não é tido em consideração na nossa prática?
Não ensinamos uma criança a nadar colocando-a numa bicliceta, do mesmo modo não ensinamos os músculos predominantemente estáticos a estabilizar fortalecendo-os com exercícios dinâmicos. Pelo contrário, estamos a tornar estes músculos que têm uma grande tendência para o encurtamento, ainda menos flexíveis e cada vez mais encurtados. E é assim que aparece a patologia articular.

Deixemos de tratar colunas como se fazia do século passado, com lombares, abdominais à tropa, calor e massagem!

O exercício tem feito um esforço muito interessante neste sentido com a introdução do treino do core.
Depois desta explicação deixo uma imagem dum exercicio que espero nunca ver um leitor deste blog fazer. Não só pela fisiologia muscular mas também pelo respeito das nossas curvaturas, pelo respeito da biomecânica!! Quantos de vós sentiram dor após este exercício?


Qual o interesse de estimular a hiperlordose?
Deixo-vos com algumas imagens de exemplos de exercícios muito interessantes. Se não tem patologia procure um bom profissional do exercício que lhe explique o que é o treino do core. Se já tem dor ou alguma patologia diagnosticada, procure um fisioterapeuta.