setembro 28, 2012

Um em cada quatro portugueses já sofreu de depressão


"A propósito do Dia Europeu da Depressão (...) a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) revela que 24% dos portugueses admitem já ter sofrido de depressão - destes, 83% fizeram tratamento. A maioria (65%) conhece uma pessoa próxima que sofreu da doença.
Mais de metade (59%) dos portugueses inquiridos reconhece que a depressão é uma doença - o que para os especialistas é um sinal de que o estigma em torno deste problema tem diminuído -, que requer tratamento clínico e medicamentoso.
No entanto, ainda existem muitas reservas em relação aos antidepressivos, uma vez que a população considera que não são medicamentos “inocentes”. Na opinião dos portugueses, a melhor opção para tratamento da depressão é o acompanhamento psicológico e a psicoterapia (35%) e os medicamentos antidepressivos (34%), estes últimos conhecidos por 91% da população, mas ainda vistos de uma forma muito negativa.
“Quando inquiridos sobre as características dos anti-depressivos, os portugueses concordam que são medicamentos que alteram a pessoa, provocam dependência e dão sono”, embora reconheçam que são o tratamento mais eficaz.
Estes mesmos inquiridos revelam que se tivessem de tomar medicamentos antidepressivos, preferiam os que não interferissem na capacidade de trabalho (83%), os mais eficazes (69%), os que não alterassem a função sexual (41%) e que não engordassem (37%).
Ainda no capítulo do tratamento, cerca de 10% destaca a importância do apoio familiar, o convívio, hábitos de vida saudáveis e a prática de exercício físico."



Tiremos o mais importante desta notícias. O que podemos fazer para evitar a depressão em tempo de crise e com o início deste Outono cinzento?

Treino funcional na Escalada

Costumo aconselhar às pessoas que terminam os tratamentos um tipo de actividade física mais funcional. O treino funcional é um treino mais adaptado às reais necessidades do nosso corpo, atende ao tipo de movimento que desenvolvemos no dia a dia ou ao desporto que praticamos. Hoje partilho um vídeo de exercícios funcionais adaptado aos escalares. Este trabalho tem como objectivo não apenas melhorar a condição física mas também prevenir o aparecimento de lesões.
Nos dias de hoje a prevenção de lesões exige de nós fisioterapeutas e dos preparadores físicos uma abordagem mais global, em equipa. Os fisioterapeutas que trabalham no desporto têm de trabalhar a propriocepção nos atletas com mais exigência. Atábua de balanço não chega!! Temos de acabar com a típica frase que se utiliza quando um atleta está a treinar a baixa intensidade "parece que estás na fisioterapia!!".
Espero que gostem.

setembro 27, 2012

Encaminhamento para o exercício

A propósito do artigo anterior e da questão da falta de preparação para prescrever actividade física ou encaminhar para a actividade física, gostaria de deixar a minha opinião. 
Quando começo a tratar uma pessoa (sim pessoa, para deixar de lado os insatisfatórios termos de doente, paciente, cliente ou utente), tenho sempre como objectivo melhorar as suas queixas/sintomas e no final encaminha-la para o exercício. 
A saúde passa quase sempre por uma mudança de hábitos, pelas escolhas que vamos fazendo em relação ao que comemos, ao que bebemos, à actividade física que praticamos, aos prazeres saudáveis que nos permitimos ter, aos níveis de stress...
Um osteopata/fisioterapeuta pode retirar as queixas, mas elas mais tarde ou mais cedo voltarão, se não cortarmos o ciclo vicioso.
Todos podemos praticar actividade física? Sim, todos podemos. Existem actividades adequadas a todas as pessoas, com as suas devidas limitações e gostos.
Quando trabalhava mais directamente com atletas propunha sempre exercícios alternativos aos lesionados para não suspenderem completamente a actividade. Começar do princípio é sempre o mais difícil. É como caminhar. Gastamos energia para iniciar o movimento mas depois os gastos são mais reduzidos porque o desequilíbrio nos impulsiona para a frente.
Precisa de conselhos sobre a actividade física mais apropriada para si?


setembro 26, 2012

Metade dos portugueses não pratica actividades físicas

"Em Portugal, mais de metade da população (51%) com mais de 15 anos não cumpre os critérios mínimos de actividade física recomendados pelos especialistas, segundo a revista científica The Lancet.


Os resultados confirmam, ainda, que o sexo feminino é o mais sedentário. Os motivos para a inactividade estão associados à capacidade psicológica da mulher para iniciar a prática de exercício ou à sua capacidade física, no caso de sofrer de algum problema ou patologia que a impeça de realizar certos de movimentos ou exercícios.
Os especialistas deparam-se, cada vez mais, com situações de aconselhamento e prescrição de exercício físico a pessoas com condições clínicas associados, onde os riscos e preocupações são maiores. 
De forma a esclarecer essas dúvidas, a sexta edição do Congresso PRACTICE tem como tema «Avaliação na Terapia com o Exercício». A ter lugar nos dias 27 a 28 de Outubro, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona em Lisboa, um dos objectivos primários passa por evidenciar os métodos disponíveis para avaliar a motivação psicológica do indivíduo para iniciar a prática do exercício físico e a pessoa está em condições para realizar todo e qualquer tipo de exercício.

«Os especialistas têm vindo a defender, cada vez mais, a prescrição de exercício físico por parte dos médicos, de forma a prevenir ou melhorar várias patologias. No nosso país, ainda não é muito recorrente a recomendação do Médico de Família na prática de exercício físico. No entanto, quando isso acontece, geralmente o profissional não possui um conhecimento especializado nesta temática, pelo que não sabe aconselhar quais os exercícios e actividades mais benéficas para cada tipo de paciente. O nosso objectivo, este ano, é promover e informar todos os profissionais de saúde relativamente aos vários métodos existentes para uma avaliação clínica contextualizada para a prática de exercício físico em doentes crónicos», explica Jorge Ruivo, médico de Medicina Desportiva.
Os portugueses sofrem, cada vez mais, de várias patologias relacionadas com o sedentarismo: 49,5% dos adultos têm excesso de peso ou obesidade, dois milhões são hipertensos e, aproximadamente, um milhão são diabéticos. Estas situações afectam a toda a sociedade, através da diminuição da qualidade de vida e do incrementar da despesa com a Saúde. No sentido de a combater, a prática ajustada de actividade física e o exercício físico são altamente recomendados por instituições credenciadas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS)."

setembro 21, 2012

Coluna Vertebral - Peça Chave /Spine - The master piece

Sobre a coluna vertebral muito se escreve, dela muito se sofre e a mim muito me apaixona. O que me atraia tanto? A sua complexidade e o seu papel fundamental na nossa estrutura.
A quantidade de articulações de que dispõe, os milhares de pequenos músculos que lhe dão vida, a relação com todo o sistema visceral e a protecção que dá ao sistema nervoso, são tema de estudo de uma vida.
Quando se percebe isto, um joelho não é mais um joelho e um ombro também não o pode ser. Todos dependem inevitavelmente da mestre e por ela temos de passar para fazer qualquer tipo de diagnóstico.
Para se tratar uma coluna esta tem de ser pensada como um todo porque os problemas que possam surgir em parte desta vão a curto/médio prazo trazer complicações noutros lugares.
Quantos de vós têm problemas na cervical e na lombar? A maioria. Estes dois segmentos tendem a ser mais móveis e a compensar-se. A dorsal, mais rígida pela sua articulação com as costelas, protege orgãos vitais, o coração e os pulmões, raramente dá dores ou desenvolve hérnias, mas a ela se devem grande partes dos problemas que surgem abaixo e acima.

Se sofre de "dores de costas" marque uma consulta de diagnóstico e perceba o que deve começar a mudar na sua vida.

setembro 18, 2012

Paralisia Facial Periférica

Boa tarde caros leitores,
É verdade que não vou escrevendo com a regularidade necessária para que se justifique que por aqui passem uma vez por semana, mas o que acontece é que por vezes não sei que temas vos poderão interessar mais.

Hoje deixo uma breve nota sobre um problema mais comum do que possa parecer à primeira vista, a Paralisia Facial Periférica ou paralisia de Bell.
Quem nunca viu uma pessoa com diminuição da mímica facial em metade da cara? Não, na maioria dos casos a pessoa não sofre de um problema neurológico central. Trata-se de uma paralisia do nosso VII par craniano, o nervo facial. A etiologia é desconhecida embora existam algumas hipóteses para explicar a paralisia expontânea do nervo. Pode acontecer após uma infecção,  exposição a uma corrente fria (...), entre outros. Aparece pontualmente nas grávidas, no último trimestre.
A recuperação pode ser rápida e total ou demorar alguns meses. É normal que exista uma pequena alteração do gosto na primeira fase e que não consiga ingerir líquidos como antes.
Que cuidados deverá ter o doente?
O olho é provavelmente quem mais sobre. Como a pálpebra não fecha convenientemente, o processo de lubrificação e de defesa contra agressões exteriores está comprometido. É importante utilizar óculos de sol, descansar com alguma frequência e fechar o olho para dormir (por exemplo com um adesivo). Depois é importante ir estimulando com exercícios as expressões que realizamos no dia-a-dia, sem pensar: enrugar a testa, franzir o sobrolho, levantar as narinas, abrir e fechar os olhos, piscar os olhos, sorrir, beijar, assobiar, mastigar pastilha elástica, soprar... Haja imaginação.
A nossa face é no fundo o nosso cartão de visita, a nossa identidade, pelo que o período de recuperação pode acarretar alguma ansiedade e desconforto na relação com o outro. Coragem!!

Para além de todos os cuidados, aconselho vivamente os tratamentos de fisioterapia, onde a musculatura será estimulada com gelo e estiramentos seguido de contracções da musculatura em questão (técnicas de PNF facial), entre outras técnicas.