É com grande pena que constato que desde janeiro que não escrevo no meu blog. A vida é sempre a correr e feliz ou infelizmente pouco tempo sobra para me dedicar às partilhas.
Gosto muito do trabalho em gabinete, de trabalhar com jovens e adultos de meia idade. É um trabalho que me desafia tecnicamente. Adoro em especial as colunas, um mundo por descobrir, um desafio. Contudo, o trabalho com os meus idosos, por outras razões, também me preenche muito a alma e me faz crescer.
Achamos que somos jovens, activos e cheio de vida, que nada nos pára. Andamos à velocidade das tecnologias e temos pouco paciência para esperar, sentar e ouvir. Este momento de crise, ou melhor dizendo, este momento mais difícil, deve ser uma fase de profundo crescimento, de reflexão, de criatividade. Na maioria dos casos é necessário saltar uma geração para encontrar relatos de vidas muito sofridas, repletas de sacrifício por desejo de tornar a vida das suas famílias melhor.
Se calhar nesta procura de soluções para a crise teremos de voltar às origens. Temos de voltar a escutar estes meninos de 80s e 90s e perceber se as soluções que encontraram na altura poderão ser adaptadas aos nossos dias.
Custa-me muito ver, por vezes, a indiferença, o desprezo, a falta de cuidado da minha geração para com os nossos "avós". Sim, eles são mais lentos, sim eles por vezes repetem-se e a memória já está um pouco comprometida, sim eles não dominam os computadores como nós, mas têm muito a dar.
Pela respeito e gentileza, pelas partilhas de vida e os relatos entusiastas da sua juventude com que sou presenteada diariamente, obrigada. Um dia eles não estarão cá. Um dia não poderemos escutar em primeira mão os relatos da primeira metade do século XX. Toca a aproveitar!
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